No mês em que é celebrado o Julho das Pretas, o Rio Grande do Norte agora conta oficialmente com uma data dedicada à valorização da cultura afro-brasileira e à profissão das trancistas. De autoria da deputada estadual Divaneide Basílio, a lei nº 185/2024 que institui o Dia Estadual da Pessoa Trancista foi sancionada pela governadora e estabelece a celebração anual em 6 de junho.
A nova legislação tem como objetivo principal dar visibilidade ao ofício das pessoas trancistas, reconhecendo seu papel simbólico, social e econômico na sociedade, além de incentivar ações do poder público e da iniciativa privada voltadas à preservação da cultura afro-brasileira. A data também presta homenagem à trancista baiana Idalice Moreira Bastos, conhecida como Dai, pioneira na valorização da estética negra no Brasil.
“A arte de trançar é ancestral, é identidade, é resistência. Ao instituirmos o Dia da Pessoa Trancista, celebramos não apenas um ofício, mas a força de um legado histórico que atravessa gerações, especialmente entre as mulheres negras. É reconhecimento, mas também compromisso com a valorização do povo negro em todas as suas expressões culturais e econômicas”, destacou a deputada Divaneide Basílio.
A lei recomenda que, durante o Dia da Pessoa Trancista, sejam realizadas ações como eventos, campanhas educativas, feiras, formações e homenagens, promovendo o afroempreendedorismo e a valorização profissional. Todas as ações devem estar em consonância com o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010).
Além de reconhecer o trabalho das trancistas como fundamental na autoestima da população negra e na preservação de práticas culturais ancestrais, a lei também destaca a contribuição econômica desses profissionais. Estudos apontam que a população negra representa 53,6% da sociedade brasileira e movimenta cerca de 800 bilhões de reais por ano.
Com a instituição do Dia Estadual da Pessoa Trancista, o Rio Grande do Norte dá um passo importante no fortalecimento de políticas públicas de igualdade racial, na valorização do afroempreendedorismo e no reconhecimento das raízes culturais e históricas do povo negro.